A política de transferência de renda do Governo Federal por meio do
programa Bolsa Família não se traduz em competitividade para o Nordeste.
Essa é a opinião do Ricardo Ismael, professor do Departamento de
Sociologia e Política da Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro (PUC/Rio) e diretor do Centro Internacional Celso Furtado de
Políticas para o Desenvolvimento. O especialista foi um dos convidados
para o primeiro workshop realizado pelo Íntegra Brasil – Fórum do
Nordeste no Brasil e no Mundo, promovido pelo Centro Industrial do Ceará
(CIC)
Segundo Ismael, apesar desses recursos responderem por
boa parte da movimentação no comércio em médias e pequenas cidades do
Interior, eles não colaboram com o aumento da competitividade da Região e
seus efeitos estão esgotados. “O modelo do Bolsa Família ajudou o
Nordeste, mas é preciso mais do que isso” afirmou.
O
especialista criticou ainda a política de desenvolvimento regional do
Governo Federal para o Nordeste, a qual qualificou de insuficiente.De
acordo com Ismael, nos últimos governos, as questões regionais foram
esvaziadas, passando a prevalecer as políticas de resolução de
problemas. “O que a gente observa é que nessa agenda as grandes regiões
saíram de cena. A agenda pública nacional foi para outro lugar. No lugar
de tratar o Nordeste como um problema, trata a pobreza como um
problema, a educação como problema. É justamente a questão de não pensar
a região Nordeste”.
Essas mudanças, segundo o especialista,
afetaram a forma de fomentar o desenvolvimento do Nordeste. Conforme
Ismael, pode-se ver reflexos disso no enfraquecimento das instituições e
na insuficiência do modelo de desenvolvimento regional. A consequência é
a manutenção de indicadores sociais e econômicos os quais colocam a
Região em uma posição coadjuvante na comparação com o Sul e o Sudeste.
O POVO
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